Trabalhadores não querem "consulta meramente formal"
"Como é obvio, os sindicatos não estão ao nível da caixa de sugestão, nem podemos aceitar isto", insurge-se Paulo Mendes, porta-voz dos organismos sindicais da estação pública. A carta que o Conselho de Administração enviou aos sindicatos foi um erro colossal, a via de diálogo foi prejudicada com o envio desta carta", acrescenta.
Em comunicado enviado às redações, a Comissão de Trabalhadores da RTP também reagiu e sustenta que a reestruturação "não pode ser levada a cabo com uma consulta meramente formal aos trabalhadores, destinada apenas a aparentar o cumprimento de um preceito legal incontornável" e pede "a informação e audição dos trabalhadores" deve ir "ao fundo dos problemas da RTP e não limitando a discussão a meros detalhes de cosmética".
Paulo Mendes garante que "é preciso justificar quais os objetivos definidos para esta reestruturação" e reitera que os sindicatos "vão continuar a querer uma reunião com a administração". Os organismos que representam os trabalhadores opõem-se à resposta por e-mail de sugestões para reestruturar a empresa. Ideias que devem chegar até ao dia 8 de fevereiro.
Em carta interna divulgada aos trabalhadores e com respostas do presidente da empresa pública, Alberto da Ponte, anuncia que o plano de reestruturação deverá estar "concretizado até ao início de março". Na nota lê-se que "os 42 milhões de euros previstos para a RTP para os próximos dois anos destinam-se a modernizar e transformar a empresa no seu todo. Dadas as circunstâncias atuais é possível que isso também signifique a necessidade de reafetar trabalhadores". Ao que o DN apurou, estima-se que o plano de rescisões voluntárias possa atingir cerca de meio milhar de funcionários, ou seja, 1/4 da estrutura da RTP.